domingo, 28 de agosto de 2011

Abstração sonora

Não suportaria uma definição infame ou qualquer coisa que se faça absoluta. O som parte de mistérios transcendentais, circula pelas vias da esfera corporal e corre para a dimensão do infinito, da coexistência das emoções singulares que se abrem para o mundo, dialoga com o restante do universo. Vibram sopros, imagens, símbolos, códigos, espaço visual e físico. Metafísico, cósmico.
Investigação de si mesmo, conectado e paralelo, ainda sim, único.
Elementos conjuntos estratificados, porém indivisíveis. Nova[mente] pura...
Atração impulsiva da criação que vem de fora e está no espaço, meu intangível.

O som produzido é arte. Eu admiro a arte. Eu posso ser arte, posso ser som. Posso ter ou ser. Ele recruta de forma brusca tão quanto delicada a minha essência, quase imperceptível, involuntária à uma dança. Hipnotiza magicamente a co[ns]ciência. Traz o silêncio descortinado. Desordena a perfeição e a torna perfeita. Flui graves e agudos na dialética através, atravessa minha alma. Diálogo de ruídos em progressão regressa intermitente, calada, gritante, soprada. Viagem da mente, alucinada-mente, rebelde, psicodelia dormente. Recriação de sonhos, acordes.
Reparação dos olhos e do jardim da vida. Recriação da infância, extração da eterna juventude.
Poço de concretudes que briga pela inocência vivida, corrompida, renascida.
Assim é minha cura.
O acorde, o som... Ele é assim, a minha música.
[...]






quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Insônia

Será que posso me sentir assim?
Flauta doce...
A porção Sol que chega diz que sim.
Que devo tirar o som, tirando os olhos da nuca.
Com tantas tiras fica tudo tão tirano...
Dormente pelo sonho que se conta,
sem se misturar...
Nos [os] sonhos se encontram,
só eles se misturam.
O sono aquece, esquece, permanece.
O real enlouquece...

(Arte surreal - Vladimir Kush)

(Tempos modernos - C. Chaplin)




segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Versão...

Ou versinho?
Um jogo de letrinhas, uma sopa
quem sabe?
Boa quanto? Uma delícia...
De quantos? Dois!
E um som,
púrpuro.
Uma experiência.
De quanto?
Não sei.
Nem o relógio!

Só o sorriso.
(...)


sábado, 13 de agosto de 2011

Quando as palavras sufocam

Me afoguei na teoria dos achismos.
Me bastei e fiquei.
Eu meus (im)próprios defeitos. 
Percebi que não basta que outros digam, foi preciso enxergá-los com os meus olhos (e erros)...
...E nada como a minha própria dor para tentar mudar ou melhorar aquilo que se não faz bem pra mim, também não fará bem pra mais ninguém.
Cabe aqui e agora um mundo de outras coisas, de palavras que saíram querendo fazer sentido, sem nem sentir.
Querendo fazer verdade sem nem existir. 
Não entre nós.
Nesse mundo que só cabe a gente
Só não cabe o mundo.
***
Se eu tivesse poderes eu voltaria as horas do relógio...
Como não tenho será que cabe também o perdão?

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Improversado

O grande dia...
Que é também noite, madrugada que não se cala nas horas e o ponteiro que corre lentamente pelas vias que transportam o frio que ferve, acelera. 
A multidão de poucos se prepara,  mesmo sem muito pensar no tudo que será. 
Eles apenas estão lá. Alguns serão transportados, abduzidos, outros simplesmente nem saberão que estão, o que são, sóbrios não sobreviverão. 
A essência está nos raros que sentem, tocam o desafinado tom do planeta que parece se tornar belo e livre, pelos instantes do som que sai.

A arte de viver é uma filosofia de poucos, os raros que dela vivem...